*do livro Hoje é Anjo Yagé
Hackatom
florindo jantas esquecidas
nos corações da fome
unindo famílias desunidas
em noites de motorhomes
preencho o peito de poucos
invado a vida de muitos
como um vírus leve e silente
que verte símbolos
pelas linhas férreas de uma vasta internet esquecida
um tal hacker Leonardo
desvenda fibonaccis entre os solstícios do Capital
e libera lágrimas espessas em forma de códigos cálidos
em genital
armadilhas em Latitudes impossíveis
entre tribos tímidas da savana do sereno digital
um prodígio salva o mundo
mas desperdiça a sua saliva
na tradição de um cachimbo de veneno
que mata toda vida
e esse gênio
que seria eu
ou mesmo você
às invertidas
morre num átimo
junto a humanidade inteira
por um só átomo de besteira